Saúde

LEISHMANIOSE

Imperatriz reforça combate à leishmaniose visceral com plano de encoleiramento canino

Estratégia para controle da doença com uso de coleiras impregnadas com inseticida irá beneficiar, inicialmente, 12 bairros

Publicado em: 12/11/2021 por Maria Almeida

Secretaria de Saúde

Imperatriz reforça combate à leishmaniose visceral com plano de encoleiramento canino

Esta semana foi realizada uma reunião para definição da logística de início das atividades no município. (Foto: Paula de Társsia)

Imperatriz está entre os 133 municípios brasileiros selecionados para desenvolvimento do projeto de encoleiramento canino, lançado pelo Governo Federal. Estratégia para controle da leishmaniose visceral, com uso de coleiras repelentes, será desenvolvida na cidade a partir de fevereiro de 2022. Esta semana foi realizada uma reunião para definição da logística de início das atividades no município. 

Participaram do encontro a coordenadora da Vigilância em Saúde do Município, Giselly Vieira, a secretária adjunta de Saúde, Doralina Marques, representantes do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão. “Apresentamos o projeto e estamos entre os 11 municípios do Maranhão selecionados. Já mapeamos os bairros com maior incidência de casos de leishmaniose humana e vamos dar início às atividades do projeto” – disse Doralina. 

O plano tem vigência de 4 anos, divididos em 8 ciclos. “Nossas equipes de inquérito canino vão passar de casa em casa, realizando teste rápido para calazar em todos os animais. O animal que testar positivo, o dono será orientado a entregar o animal, após confirmação de análise por outro exame. Já os animais que testarem negativo, serão cadastrados e receberão uma pulseira válida por 4 meses. Cada animal cadastrado vai receber uma pulseira a cada quatro meses durante o período de vigência do plano” – explicou Giselly. 

Ela ressalta que este mês, dezembro e janeiro as equipes passarão por treinamento para iniciar as atividades a partir de fevereiro de 2022.

O Brasil é o primeiro país no mundo a incorporar essa tecnologia como medida de saúde pública para o controle da leishmaniose. Essa incorporação se baseia em evidências científicas, com dados de estudos de efetividade e custo-efetividade e foi amplamente discutida com grupos de especialistas e com representantes das três esferas de Governo - Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

De acordo com as evidências científicas, espera-se que após a incorporação da estratégia seja observada a redução do coeficiente de incidência dos casos humanos e de prevalência canina.

Como as coleiras funcionam?

As coleiras são utilizadas em cães no Brasil desde 2007, como ferramenta individual de controle da leishmaniose visceral. Em contato com a pele, promove uma lenta liberação do princípio ativo (deltametrina 4%), repelindo a aproximação do vetor de transmissão da doença. Esta ação interrompe o ciclo de transmissão do parasita, e consequentemente o risco de infectar outro animal ou ser humano.

Por se tratar de um insumo com liberação ativa de inseticida é recomendada a troca da coleira a cada 6 meses e seu uso é exclusivo para cães. Não é recomendado que a coleira impregnada com inseticida seja utilizada em cães já diagnosticados com a doença.

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