Um dos setores mais afetados pela pandemia do Novo Coronavírus, Covid-19, em 2020, foi o Cultural. Casas de shows, teatros e cinemas foram fechados temporariamente, apresentações e exposições foram canceladas, e muitos artistas, que dependem exclusivamente do seu trabalho, ficaram sem fonte de renda. Para garantir o sustento dos artistas locais, a Prefeitura de Imperatriz, por intermediação da Fundação Cultural do município, realizou uma série de ações de cunho emergencial para dar suporte ao setor, com verba advinda do Fundo Municipal de Cultura, FUMIC, sendo inclusive a primeira prefeitura do estado a realizar a ação.

Em janeiro, quando ainda não tínhamos casos de Covid-19 na cidade, a Prefeitura lançou edital para escolha da marchinha, musa e rainha do carnaval 2020. O evento foi realizado pela Fundação Cultural de Imperatriz, FCI, com autoridades, compositores, intérpretes, representantes de blocos, imprensa local e vencedores dos editais de 2019. No total, os editais somaram uma premiação no valor de R$ 19 mil. Também foi realizado o lançamento do edital para o processo seletivo de ingresso nos Cursos Livres Introdutórios, para turmas no primeiro semestre de 2020, do Conservatório Dramático e Musical da cidade. A escola de belas artes ofertou 650 vagas gratuitas nos turnos matutinos e vespertinos. Das vagas ofertadas, 50% foram destinadas aos alunos da rede municipal de ensino e os outros 50% para a comunidade em geral.

O mês de fevereiro começou com um evento de prévia do Carnaval A Gente Faz 2020 no povoado Lagoa Verde, na zona rural, que contou com apresentação da cantora Bárbara D'lux , no sábado, 08. Objetivo de levar a festa para a região foi o de descentralizar as comemorações carnavalescas. Além do show no povoado, no mesmo dia, a ação também aconteceu no Recanto Universitário, com o cantor Redson Ralley, e no domingo, 09, com a Banda Vibração no Bom Jesus. O evento pré-carnaval também aconteceu no dia 14, com a cantora Silvia Magalhães, no bairro Bacuri. E, no domingo, 16, a banda Vibração promoveu a folia no bairro Santa Inês.

O Festival de Marchinhas e Concurso da Rainha e Musa do Carnaval A Gente Faz 2020 aconteceram nos dias 15 e 16 de fevereiro. Na ocasião, 12 marchinhas foram apresentadas, com seis composições finalistas. Cada premiação rendeu aos vencedores, troféus, e os valores de R$ 5.000,00, para o 1º lugar, R$ 3.000,00; para o 2º lugar, R$ 2.000,00, para o 3º lugar. A escolha popular garantiu R$ 1.000,00. No concurso de Rainha e Musa do Carnaval, nove candidatas subiram ao palco da Concha Acústica, seis candidatas classificaram e disputaram o título no domingo, 16. As grandes representantes da beleza da mulher imperatrizense, ficou para Aline Cristina Ribeiro, 20 anos, Rainha do Carnaval, e Emilly Vitória Costa Soares, 18 anos, foi eleita a musa do Carnaval 2020. As duas receberam a premiação de R$ 5 mil e R$ 3 mil, para o primeiro e segundo lugar, respectivamente.

O Carnaval A gente Faz foi realizado entre 22 e 25 de fevereiro, e no encerramento da festa momesca, na concha acústica, contou com a banda Chiclete com Banana, que levou cerca de 50 mil foliões para a Beira Rio. Durante os quatro dias de folia, foi realizado o concurso de blocos que contou com um total de R$12.000,00 em premiação. Além dos blocos, também aconteceu o Concurso de Fantasia de Cães e Gatos, que teve como valor simbólico, para participação, a doação de 1 quilo de ração, que foi destinado para ONGs que cuidam de animais abandonados na cidade. Os vencedores levaram a premiação de R$ 700, R$ 200 e R$ 100, para primeiro, segundo e terceiro colocados, respectivamente.

No mês de março, com o aumento de casos da Covid-19 no país, mesmo sem ainda ter casos confirmados da doença em Imperatriz, a Fundação Cultural divulgou edital A Gente Faz Cultura em Casa, para seleção de mais de 100 artistas, entre eles, cantores, DJs, grupos e bandas, para realizar apresentações em plataformas digitais. Ação estimulou o isolamento social, mas também incentivou a cultura em novas plataformas. Ao todo, foram selecionados 15 DJs, 15 cantores, 50 grupos e 20 bandas, que receberam cada um, de acordo com a categoria, respectivamente cachês de R$ 300, R$300, R$ 600 e R$ 1.200, totalizando R$ 69,000 em auxílio, verba proveniente do FUMIC.

No mês de maio, a Prefeitura de Imperatriz realizou a doação de 200 cestas básicas para profissionais do cenário cultural da cidade. A medida contemplou artistas plásticos, pintores, cantores, músicos e demais trabalhadores da área e os alimentos foram doados ao município através de parceria entre empresários e artistas da cidade. No mês de junho, a FCI realizou o projeto São João Itinerante, que contou com trio elétrico e banda, fazendo a execução de músicas típicas do período junino pelo Centro da cidade e bairros. A Iniciativa foi desenvolvida nos dias 27, 28 e 29. Festividade precisou se adaptar às normas de segurança da Organização Mundial da Saúde, OMS, e dos demais órgãos responsáveis.

Em julho, surgiu o projeto do Corredor Cultural, com exposição de artistas plásticos, que reuniu obras de 10 artistas imperatrizenses nos dias 15, 16 e 17 de julho nos dois blocos do Calçadão, no Centro, em alusão às festividades de comemoração do aniversário de 168 anos da Princesa do Tocantins. A iniciativa teve como principais objetivos, proporcionar um ambiente de cultura e lazer para população e difundir a cultura na região, gerando visibilidade para os artistas imperatrizenses, tudo de forma segura, respeitando as recomendações dos órgãos de saúde. Dessa ação nasceu o projeto Arte Itinerante, que teve sua primeira exposição no Imperial Shopping, onde as obras ficaram acessíveis tanto para apreciação, quanto para aquisição.

Em setembro foi iniciado o cadastro dos artistas imperatrizenses para realizar a aplicação de verbas advindas do Governo Federal, por intermédio da Lei de Emergência Cultural, Aldir Blanc, que foi criada com o intuito de promover ações para garantir uma renda emergencial para trabalhadores da Cultura e manutenção dos espaços culturais brasileiros, durante o período de pandemia da Covid‐19. O primeiro edital de premiação, lançado em novembro, foi voltado para espaços artísticos e culturais, microempresas e pequenas empresas culturais, cooperativas, instituições e organizações culturais comunitárias. E contou com subsídio de valor entre R$ 3.000,00 e R$ 10.000,00.

O segundo edital foi destinado à seleção de projetos culturais, de pessoas físicas, jurídicas com ou sem fins lucrativos. Ao todo será destinada a quantia de até R$ 450.000,00. Foram apresentados projetos de eventos artísticos e culturais, produção, pesquisas, discussões, realização de seminários, oficinas, debates, cursos, palestras e workshops, destinados a artistas, professores, alunos da rede de ensino em geral, pequenas reformas e aquisição de equipamentos para espaços culturais, produção de apresentações, apoio a encontros e seminários voltados à formação na área de gestão e produção. Tais ações serão postas em prática assim que o cenário da saúde na cidade for favorável.

Também foi divulgado o edital Dona Francisca do Lindô, que contemplará 16 grupos folclóricos, entre quadrilhas juninas e Bumba Meu Boi, com investimento total de até R$100.000,00, dividido de acordo com as modalidades e categorias. Em conjunto com esse edital, a Fundação Cultural divulgou outros três chamamentos, que juntos somam mais de R$ 620 mil. O edital de nº 004, de Premiação Cultural Mestre João, com valor total de R$ 178.800,00, destinado aos artistas plásticos, desenhistas, escritores, fotógrafos e grafiteiros domiciliados e localizados em Imperatriz.

O edital de nº 005, Prêmio Neném Bragança de Música, que selecionará artistas solos, DJ, MC, grupos e/ou bandas do segmento artístico musical, residentes e domiciliadas em Imperatriz para receberem o auxílio, com um investimento total de R$ 395.000,00. E o edital de nº 006, Prêmio Maria Lúbia Flor de Artesanato, que irá contemplar artesãos e artesãs, que em contrapartida, produzirão artigos artesanais que farão parte do acervo da FCI, para serem utilizados em feiras, eventos e afins. O chamado público contemplará 50 artesãos e artesãs, com um investimento total de R$ 50.000,00.

“Foi um ano de muitas dificuldades para todos, devido ao novo coronavírus, em especial para o setor cultural, que teve uma queda significativa, se não total, de suas atividades. Tivemos que repensar todas as nossas ações e festividades para adequá-las aos parâmetros recomendados pelos órgãos da saúde. Graças ao empenho da gestão do prefeito Assis Ramos, e também das verbas advindas do Governo Federal, conseguimos amparar e fomentar a cultura em nossa cidade. Mesmo em meio à pandemia, a cultura floresceu”, destaca o presidente da Fundação Cultural de Imperatriz, Olímpio Pereira Marinho Filho.