Saúde

CONSCIENTIZAÇÃO

Diagnóstico precoce é essencial no desenvolvimento de pessoas com autismo

CAPS-IJ atua nos tratamentos terapêuticos de crianças e adolescentes com o transtorno

Publicado em: 07/04/2020 por Ariel Rocha

Secretaria de Saúde

Diagnóstico precoce é essencial no desenvolvimento de pessoas com autismo

Quando mais cedo o diagnóstico, melhor para orientar as intervenções terapêuticas (Foto: Patrícia Araújo)

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que há 2 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista, TEA, no Brasil e 70 milhões em todo o mundo. A Organização Pan-Americana de Saúde calcula que uma em cada 160 crianças nascidas tem TEA no mundo, com prevalência maior em meninos. O diagnóstico precoce é essencial para o acesso às terapias e intervenções, que são fatores decisivos para o desenvolvimento.

O TEA é um transtorno que afeta o neurodesenvolvimento e apresenta uma forma diferente das pessoas agirem e encararem a realidade. Atinge os campos da comunicação, interação social, uso da imaginação e a forma que essa pessoa lida com o mundo. Possui três níveis: leve, moderado e severo. Pais e cuidadores devem ficar atentos a sinais como atraso na fala, recusa de contato visual, choro descontrolado, irritabilidade sem grandes motivos e demonstração de sofrimento emocional.

A psicóloga Nádia Borges de Araújo Ferreira, profissional de referência no atendimento de pessoas com autismo no Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil, CAPS-IJ, ressalta a importância de serem feitos o diagnóstico e sondagem precoces por profissionais capacitados. “É preciso ficar atento e não ignorar os sinais de alerta. Quando mais cedo o diagnóstico, melhor para orientar as intervenções terapêuticas; intervenções essas decisivas para o desenvolvimento”, explicou.

Sobre os níveis, a psicóloga explica que no leve os casos precisam de pouco suporte para viver, são pessoas verbais, possuem razoável nível de interação social e manifestam poucas estereotipias no comportamento. Os casos moderados podem até verbalizar, mas não usam a fala como principal ferramenta de comunicação e possuem mais estereotipias; precisam de algum suporte, principalmente para as interações sociais. Já o severo, necessita de mais auxílio e zelo, com um atraso significativo na fala, falta de comunicação verbal e gestual.

As intervenções terapêuticas são fundamentais, pois melhoram o desenvolvimento da criança e podem amenizar alguns traços característicos dos níveis do TEA. “A criança pode até ter inicialmente traços de um autismo moderado e, com as intervenções, passar a ser classificada no nível leve. Uma criança pode não estar com o desenvolvimento da fala e interação social no nível considerado saudável, mas melhorar bastante com as intervenções”, declarou a psicóloga.

O CAPS-IJ realiza diagnósticos e atua nos tratamentos terapêuticos de crianças e adolescentes com autismo. Conta com uma equipe multiprofissional, com psicólogos, psiquiatras, clínicos gerais, médicos especialistas, enfermeiros, fonoaudiólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, pedagogos, nutricionistas e entre outros.

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